Tribuna Livre: Bethiol fala sobre a água
Gestão do produto foi um dos principais temas abordados
Publicado em: 26 de fevereiro de 2015
O governo do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, promoveu campanha para o uso consciente da água quando seus reservatórios operavam com 40% da capacidade máxima. Em São Paulo, medidas foram adotadas apenas momentos antes do chamado “volume morto” ser acionado.
Água foi o tema escolhido pelo gerente de automação Álvaro Bethiol ao utilizar a Tribuna Livre antes da sessão ordinária desta segunda-feira. Durante 14 minutos, Bethiol discorreu principalmente sobre o uso correto e a gestão do produto, além de apresentar aquilo que considera solução para o reaproveitamento do líquido.
Ao contrário da Sabesp, por exemplo, a Califórnia não reduziu o volume entregue às residências durante a noite. Isso ocorreu porque a redução da pressão da água aumentaria o risco de contaminação. A solução seria aumentar a eficiência na distribuição do produto, uma vez que há 45% de vazamento na rede. Essas informações são da diretora do programa de reuso da água da Universidade de Stanford, da própria Califórnia, e foram utilizadas por Bethiol durante a palestra. A pesquisadora participou recentemente de simpósio na capital paulista sobre o assunto.
Questionada pelo jornal Folha de São Paulo sobre como avaliava a situação atual do sistema de água em São Paulo, Newsha Ajami disse que se surpreendeu ao descobrir que há um rio (Tietê) correndo no meio da cidade. “Ele é bastante contaminado, mas é impressionante saber que, no meio de uma seca, ninguém tenha levado em consideração utilizar essa água e descontaminá-la”.
Para Bethiol, essa é apenas uma das alternativas para diminuir a dependência natural da água. “Empresas israelenses recuperam até 90% da água consumida. Lá, a agricultura é comandada por computadores e consome apenas o necessário”, explica.
Sobre a aplicação de programas de reuso da água em Barra Bonita, ele afirma que o prédio do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA), ainda em construção, utilizará sistema de captação de água da chuva. “Mas infelizmente essa é uma exceção e ainda estragamos a água”, afirmou, ao explicar fotos que flagraram o despejo de esgoto in natura no Rio de Janeiro. “Nunca ouvir falar que essas empresas pagaram multa. Precisamos ter consciência do que fazemos sobre o problema e exigir que outros também o façam”, completa, não sem antes comentar mais um retrato do desperdício: pessoas lavando carros e calçadas em plena crise hídrica.
Tanques e cisternas
A Câmara Municipal aprovou em março de 2.010 projeto de lei assinado pelo vereador Niles Zambelo Jr. (PMDB) que autorizava o Poder Executivo a criar o programa de conservação e uso racional da água em Barra Bonita. O objetivo do texto é propor conjunto de ações para economizar água, combater o desperdício e utilizar fontes alternativas para sua captação, como a implantação de tanques ou cisternas para reaproveitar o líquido em jardins, hortas e na limpeza de veículos, vidros, calçadas e pisos.
“Fiz um requerimento em setembro perguntando se o prefeito tinha regulamento a lei e se era interesse da atual administração colocá-la em prática. A resposta foi que, até àquela data, a lei não havia sido regulamentada e a secretaria técnica estudava mecanismos para a possibilidade de viabilizar a implantação de dispositivos construtivos necessários ao sistema de reuso das águas”, critica.
A lei pode acessada através do http://consulta.siscam.com.br/camarabarrabonita/arquivo?id=4779.
Publicado por: Gabriel Pizzo Ottoboni - Assessor de Comunicação, Cerimonial e Eventos
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