Hospital pretende fechar o pronto-socorro
Representantes da entidade alegam que o valor repassado pelas prefeituras é insuficiente para manter o serviço
Publicado em: 30 de março de 2016
A Câmara Municipal foi informada esta semana pelo Conselho Deliberativo da Associação do Hospital e Maternidade São José que o contrato de prestação de serviços do pronto-socorro, vigente até o próximo dia 13 com as prefeituras de Barra Bonita e Igaraçu do Tietê, não será renovado.
O motivo é que ambas não concordaram em aumentar o valor dos repasses. O ofício afirma ainda que a obrigatoriedade do atendimento é dos municípios e que a partir do dia 14 o hospital funcionará apenas para internações de pacientes, “função precípua desde há muito tempo e razão de sua fundação”.
Barra Bonita repassa mensalmente R$ 250 mil para a instituição e Igaraçu do Tietê, R$ 110 mil. Para manter o atendimento, a diretoria do São José solicitava aumento para R$ 356 mil e R$ 192 mil, respectivamente. As administrações não concordaram com a proposta, apontaram a crise econômica e a consequente queda de arrecadação para negá-la e ofereceram reajuste que variam entre 11% e 13%
“Face a não concordância dos valores propostos por ambas as prefeituras referentes as despesas do pronto-socorro, nossa entidade viu-se obrigada e não renovar os contratos prejudicando, sem sombra de dúvidas, todos os munícipes de ambas as cidades”, diz trecho do ofício. Ainda de acordo com o documento assinado pelo presidente do Conselho Antônio Morsoleto Neto, “a situação não é de hoje e se arrasta com ambos os municípios fornecendo valores ínfimos e utilizando de todos os serviços prestados às custas de uma oneração do patrimônio de nossa entidade, que acaba por dever a fornecedores, médicos, impostos e contribuições retidas sem recolhimento, com possibilidade de encerramento de todas as atividades em tempo próximo”.
A decisão do Conselho também será encaminhada ao Poder Judiciário, Ministério Público (MP), aos delegados de polícia e ao Poder Executivo com a finalidade de salvaguarda de responsabilidade, visto que a obrigatoriedade de prestações dos serviços de pronto-socorro é de responsabilidade das Prefeituras. A grosso modo, o hospital "fornece" o serviço do pronto-socorro para o poder público.
Presidente da Câmara Municipal, o vereador Niles Zambelo Jr. (PMDB) lamentou o fato. “Se não houver providências, infelizmente vão parar o atendimento. A Câmara fez a sua parte, aprovando em anos anteriores Moção de Apelo para que a Prefeitura utilizasse a devolução do duodécimo para o hospital. Se isso fosse feito, talvez a situação não estivesse desta maneira".
Publicado por: Gabriel Pizzo Ottoboni - Assessor de Comunicação, Cerimonial e Eventos
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