Maior problema da PM é a impunidade, diz Cestari

Publicado em: 06 de agosto de 2014

Para o tenente-coronel Humberto Salvador Cestari, os maiores desafios da Polícia Militar (PM) são a impunidade, o alto índice de reincidência e situações consideradas “banais” que geram o acionamento do número de emergência 190.


Ao lado do capitão Alex Terra, Cestari discursou para os vereadores antes da sessão desta segunda-feira sobre as  condições de trabalho dos policiais militares de Barra Bonita e os entraves aos serviços da corporação.


Ambos vieram à Câmara para prestar esclarecimentos sobre Moção de Apelo assinada pelo vereador Claudecir Paschoal (PP) em 31 de março que pedia ao comando da PM o aumento do efetivo local e a reativação da Base Comunitária de Segurança (BCS) da Cohab, explodida em 2009. Ele também agradeceu Moção de Aplausos apresentada pelo vereador Gervásio Aristides da Silva (PP) na sessão ordinária de 14 de abril pela elevação ao cargo de comandante do 27º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I)


Para Cestari, a defasagem de 15% do efetivo é uma média satisfatória em comparação às situações descritas acima. Para tentar resolver o problema, ele afirma que os policiais deslocados para trabalhar na Copa do Mundo retornarão gradualmente para o interior. Uma escola de formação de soldados criada recentemente em Agudos também deverá minimizar o problema. Outra alternativa é a hora extra paga pelo Estado, quando o policial em horário de folga é empregado no reforço do patrulhamento.


Atualmente onze policiais divididos entre as cidades de Barra Bonita, Jaú e Bariri fazem parte do esquema rotativo. “É um reforço significativo, pois as vagas são constantes e não há problemas envolvendo como férias, licença prêmio e afastamento médico”, explica.


De acordo com o tenente-coronel, outra possibilidade é a implantação da atividade delegada. 


Neste caso, a prefeitura delega à polícia atividades como a fiscalização. Em uma ocorrência envolvendo som alto em bares, por exemplo, a viatura vai até o local e apenas notifica o proprietário do incômodo causado. Quando os policiais saem do estabelecimento, porém, o barulho volta a atrapalhar os vizinhos. “Se tivéssemos a atividade delegada, o policial fiscalizaria o alvará do local e poderia inclusive fechá-lo”.  

 

Base comunitária


Estatísticas da PM apontam que os indicadores criminais não sugerem a reativação da Base Comunitária de Segurança (BCS) da Cohab. Em parceria com a prefeitura, a base instalada próxima à ponte Campos Salles pretende ser utilizada para a atividade delegada, pois o local fica próximo às áreas comercial, turística, central e financeira do município.


Cestari também foi indagado sobre o efetivo empregado em grandes eventos. “Devido à peculiaridade turística de nossa cidade, posso tranquilizar a população ao afirmar que já existe um padrão para empregar policias de folga que compõem os dez municípios do nosso batalhão”.


Para ele, no entanto, a maior dificuldade da corporação é a impunidade e apenas alterações na Lei de Execução Penal podem reverter esse quadro. “De cada 100 pessoas apreendidas, só 6% ficam presas e, destas, 70% são reincidentes”. Nos casos envolvendo menores, a PM elabora um dossiê para o Ministério Público (MP) explicando a necessidade de mantê-los presos. “Mas isso só ocorre se houver vagas. O ideal é termos a certeza da punição, não importa o tamanho do crime e da pena", avalia. 


Outra crítica é quanto ao uso banalizado do 190, muitas vezes utilizado em casos envolvendo brigas de família e entre vizinhos, o que de certa forma atrasa o atendimento às outras ocorrências. O tenente-coronel elogiou, porém, a regionalização do serviço. “Temos acesso a um banco de dados completo e há garantia de funcionamento do sistema através do Copom de Sorocaba e, em último caso, São Paulo”.


Ele adiantou ainda que o Estado contratará mais 4.100 policiais em 2015. 


Publicado por: Imprensa

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